segunda-feira, 28 de maio de 2012

Padilha

pensei que estava chegando ao meu fim
quando eu olhei e ninguém perto de mim
chamei gritei e ninguém me respondeu
foi então que eu senti um cheiro de rosas
era uma morena formosa
ao sorrir me apareceu
estendeu sua mão amiga
e retirou toda a mandinga
que havia em cima de mim
e partiu dizendo assim
eu sou a dona da rosa
sou a morena formosa
que você enalteceu
tanta gente lhe abandona
todo mundo lhe engana
todo mundo menos eu
ela é maria padilha
que veio me ajudar
veio abrir meus caminhos
como ela outra não há

Ô Bandida

eu quis te dar o meu amor
mas você nem se importou
agora você vem arrependida
querendo ser alguém na minha vida
e eu não resisti
ô bandida
essa mulher acabou com a minha vida
mulher que trai o homem
merece morrer
é na bola de fogo
com azeite de dendê

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Exú (omulu tata caveira)

fui na lomba pra fala com o exú
la encontrei o senhor omulu
eu pedi a ele
me leve na ladeira
preciso falar com exú tata-caveira
ele me disse
entra pode entrar
aqui é minha casa
cidade do satanaz
tenho um problema que eu quero te falar
você entrou nessa cidade dela nao pode voltar
não pode voltar
não vai ver o sol nascer
seja bem vindo meu amigo
você acaba de morrer
mudou de mundo pela escuridão
virou egun na terra da solidão
na terra da solidão
na terra da solidão

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pomba-gira

o lua
eu vinha vindo destraido
pela rua caminhar
foi quando olhei para o céu
quando olhei pro céu
eu vi o brilho do luar
vou te saudar na madrugada
com todo seu explendor
mas só quem gira
pelo dia e pela noite
sabe oque é
a magia e o amor


Exú (falange africana)

vinha vindo de vagar
de vagar mas bem ligeiro
vem chegando a falange
do cruzeiro africano
eu me chamo negro velho
negro velho sim senhor
em negro velho não se bate
nem com uma flor
ele é o exú das sete encruzilhadas
é com pemba é com fumo
é com garfo e marafo
no cruzeiro africano
se desmancha quiumba

quarta-feira, 9 de maio de 2012

domingo, 6 de maio de 2012

Zé pilintra (cabaré)

com seu chapeu
de palha
e seu lenço no pescoço
zé pilintra veio na terra
pra dize boa noite moço
com seu terninho branco
e a sua figa no pé
a morada do zé pilintra
é na porta do cabaré
ô cabaré
é cabaré cabaré
cabaré cabaré
é a casa do zé

Maria padilha (olhos azuis)

mas ela é loira
olhos azuis
maria padilha mensageira de omulu
me chamam de leviana
e até mesmo mulher de cabaré
mas a língua do povo não tem osso
então deixa esse povo falar

Exú tiriri (é um belo belo)

você não mora
aonde eu moro
você não vê oque ei vi
lá no meio do cruzeiro
ele é o exú tiriri
tiriri é um belo belo
é um belo exú

Maria padilha (abre a roda)

abre a roda
deixa a padilha trabalhar
ela tem peito de aço
e coração de sabiá

Sol perto da lua

tira teu sorriso do meu caminho
que eu quero passar com a minha dor
se ontem pra você eu fui espinho
espinho não machuca a flor
eu só errei quando juntei minha alma a tua
o sol não pode viver perto da lua
se ontem foi antes
e amanha sera depois
logo aqui retornarei
para oque resta de nos dois

Maria padilha

quando eu toco tambor
é só quando eu toco pra ela
ela vem girando
na linha das almas
é maria padilha

sábado, 5 de maio de 2012

Mulambo e gira mundo

por muito tempo
eu vinha juntando trapo
muita lata
muito sarrafo
pra montar o meu barraco
e dentro dele
chovia como na rua
eu vi o sol
eu vi a lua
e pedi a proteção
e derrepente
eu ouvi uma risada
uma moça esfarrapada
me parou dizendo assim
eu sou mulambo
em seu barraco eu vim morar
balançando a minha capa
eu quero pinga pra tomar
e lá nas almas
capa preta batizou
me chamou de gira mundo
e gira mundo abençou
o gira mundo
gira em qualquer lugar
balançando a minha capa
eu quero pinga pra tomar

Pomba gira da praia

eram duas meninas
que moravam na aldeia
uma se perdeu no mar
e a outra que ficou na areia
pomba gira da praia
não ficou sozinha
o exú de marabô
que levou pra sua ilha
lê, lê, lê, lê, lê, lê, ua
uma se perdeu na areia
e a outra se perdeu no mar

Exú maré e marabô

eu fui no mar
eu fui na beira da praia
pra saudar o exú maré
e a falange lá do mar
exú maré
eu vim aqui pra lhe saudar
o exú maré
e a falange lá do mar
lá no mar de marabô
aonde mora exú maré
tem uma calunga linda
acredite se quiser
você tem que ver
você tem que acreditar
que a maior calunga é
lá no fundo do mar

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Exú maré

exú maré, maré maré
afirma o cabrito
levanta os quatro pés
afirma o seu ponto
vem chegando exú maré

Na Bahia do meu Juazeiro

na bahia do meu juazeiro
eu plantei um coqueiro
na beira do mar
é de lá, é de lá
olha o fogo na mão do bará
quem brinca com fogo
não vai se queimar

Maria padilha do cruzeiro (eu vou chamar por você)

mas ela é
uma linda rosa
mas ela é
uma rosa sem espinho
auê auê
dona pomba gira
exú maria padilha
abra meu caminhos
eu vou chamar por você
ô eu vou chamar
mas quando a lua cair
maria padilha do cruzeiro
trago essa rosa
para lhe ofertar

Minha fama ninguem tira

minha fama ninguem tira
só se o meu muquê tirar
eu mato sem tirar sangue
engulo sem mastigar
arranco toco com a raiz e tudo
com um simples gesto de olhar
minha fama ninguem tira
só se o meu muquê tirar

Tranca-ruas das almas (encruzilhada)

eu vi na encruzilhada
levantar-se um homem
dando gargalhada
mas ele era o tranca-ruas das almas
me pedindo calma
com sua capa bordada

Exú calunga

eu me chamo exú calunga
venho lá do fogaréu
não conheço jesus cristo
e não pretendo ir ao céu
estava na taquara cega
e a taquara balançou
todas almas se levantaram
exú calunga aqui chegou

Exú rei (pequenino)

tu és tão pequenino
la, la, la ia
mas para mim tu és um rei
la, la, la ia
tua coroa é de ouro
tu é o rei
das sete encruzilhadas

Exú rei (facas de ponta)

sete facas de ponta
encima de uma mesa
sete velas acesas
lá na encruzilhada
mas exú é rei
alupande exú
exú é rei
alupande exú
exú é rei lá das
sete encruzilhadas

Exú caveira (bananeira)


Ê, Caveira, firma seu ponto na folha da bananeira, Exú Caveira
Quando o galo canta é madrugada,
Foi Exú na encruzilhada, batizado com dendê.
Rezo uma oração de traz pra frente,
Eu queimo fogo e a chama ardente aquece Exú , Ô Laroiê.
Eu ouço a gargalhada do Diabo,
É Caveira, o enviado do Príncipe Lúcifer.
É ele quem comanda o cemitério,
Catacumba tem mistério, seu feitiço tem axé. Ê Caveira!
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exú Caveira!
Na Calunga, quando ele aparece,
Credo e cruz, eu rezo prece pra Exú, dono da rua.
Sinto a força deste momento,
E firmo o meu pensamento nos quatros cantos da rua.
E peço a ele que me proteja,
Onde quer que eu esteja ao longo desta caminhada.
Confio em sua ajuda verdadeira,
Ele é Exú Caveira, Senhor das Encruzilhadas. Ê Caveira !
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exú Caveira!

Zé pilintra (forró)

foi no forró lá do zé
que eu fiquei assustado
um homem todo de branco
sete velas acesas do seu lado
um galo rinheiro degolado
sete sapos pulando em um saco amarrado
tem dende, tem dende
na barraca do zé tem dende

Tranca-ruas (meia noite)

deu meia noite
a lua se escondeu
lá na encruzilhada
dando a sua gargalhada
tranca-rua apareceu
é laroie laroie laroie
é mojuba é mojuba é mojuba
ele é odara
dando a sua gargalhada
quem tem fé em tranca-rua
é só pedir
que ele dá

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Exú tiriri

agradeço a ti exú
por você me receber
eu andava perambulando
até encontrar você
eu andava sem destino
por aqui e por ali
hoje eu sou amparado
pelo meu rei tiriri
bom, fiel e companheiro
filho desse exú não cai
pois o meu maior orgulho
é de chama-lo de meu pai

Exú tiriri lanan

exú tiriri lanan
lanan cade o tiriri
ele veio de aruanda
pra salvar filho de umbanda
exú tiriri lanan

Auê Exú veludo

auê exú veludo
seu cabrito deu um berro
arrebentou cerca de arame
estourou portão de ferro
comigo ninguem pode
mas eu posso com tudo
na minha encruzilhada
eu me chamo exú veludo

Chamada de Exú

eu chamei as almas eu chamei pra trabalhar
eu chamei omulu
eu chamei pra trabalhar
eu chamei tranca-ruas
eu chamei pra trabalhar
eu chamei destranca-ruas
eu chamei pra trabalhar
eu chamei as almas eu chamei pra trabalhar
eu chamei maria padilha
eu chamei pra trabalhar
eu chamei maria quiteria
eu chamei pra trabalhar
eu chamei maria mulambo
eu chamei as almas eu chamei pra trabalhar

Abertura

o sino da igrejinha faz delem,dlem dlom
deu meia noite o galo ja cantou
seu tranca-ruas que é o dono da gira
oi corre gira que ogum mandou
se é bará da rua
bará o exú
bará da rua saravá destranca-ruas
na minha encuzilhada
quem manda é o exú rei
eu faço e desfaço
em nome de deus
exú pequenino
mas dele não faça pouco
olha lá que ele é o exú
ele é o exú do lodo
comigo ninguem pode
mas eu posso com tudo
na minha encruzilhada
eu me chamo exú veludo
olha lá quem vem
na beira da ladeira
olha lá quem vem lá
é o exú caveira

Ponto de abertura (ogum)

quatro horas da manhã,
ogum rompeu alvorada,
mas ele é ogum do sol,
ogum da lua,
ele é ogum das matas,
ele é ogum megê.